Por Reginaldo Duarte da Luz
Nestas últimas duas semanas tenho visto muita coisa que chama atenção para o que chamamos de corrida de rua. Tenho observado cada dia mais a banalização do esporte e o ser humano ficando em segundo plano, ou sendo visto apenas como um cliente que compra um kit de corrida e acha que pode sair por aí correndo sem preparação.
Sempre e sempre as organizações da prova dizem que "o erro foi do atleta", "o atleta que se perdeu", "treina mais" e fica por isso mesmo. Nunca levam em consideração o valor que se paga para fazer esses "desafios", o atleta ou participante espera ser no mínimo respeitado como pessoa, e não só como um "cliente", e é só isso que vale, o dinheiro?
Reginaldo Luz, Apenas um corredor.
Nestas últimas duas semanas tenho visto muita coisa que chama atenção para o que chamamos de corrida de rua. Tenho observado cada dia mais a banalização do esporte e o ser humano ficando em segundo plano, ou sendo visto apenas como um cliente que compra um kit de corrida e acha que pode sair por aí correndo sem preparação.
Minha
primeira corrida de rua foi de São Sebastião
no ano de 2006, onde pude participar do trajeto único de 10km. Até que cheguei
bem. Digo isso porque sei que tem gente que acha que comecei nisso faz pouco
tempo. Neste ínterim participei de duas Assessorais de Corrida de Rua, uma
delas tenho o maior orgulho de dizer que comecei com eles, a LF TRAINING e meus
AMIGOS DA PAZ, nos mais diversos trajetos, a saber entre 5 a 75 km... mas como
sempre digo, a emoção de chegar em qualquer um desses trajetos foi
indescritível.
Neste último
final de semana, no Endurance Challenge
nas Agulhas Negras, a qual teve um mix de elogios(tendencioso???) e reclamações
vi que amigos experientes foram eliminados da prova, mesmo correndo 81 km e com
erros grosseiros da organização da mesma.
Sempre e sempre as organizações da prova dizem que "o erro foi do atleta", "o atleta que se perdeu", "treina mais" e fica por isso mesmo. Nunca levam em consideração o valor que se paga para fazer esses "desafios", o atleta ou participante espera ser no mínimo respeitado como pessoa, e não só como um "cliente", e é só isso que vale, o dinheiro?
Aconteceu
comigo numa prova a qual prefiro nem citar o nome, não por medo ou receio que
alguém fale, mas para não fazer propaganda de graça dessa Assessoria que também
acha que o atleta deve suportar qualquer situação, mesmo que esteja machucado
ou qualquer outra coisa, sugerindo inclusive que ninguém tem obrigação nenhuma
de ajudar quem está em dificuldade. Na boa, eu discordo completamente disso.
Uma vez eu fiz uma das muitas provas de TRAIL, vi um amigo que fiz nessa
jornada de corrida e a sua frequência cardíaca estava muito elevada. Não
baixava por nada, nem quando ele andava. Ao chegar perto dele numa ladeira
muito íngreme reparei que ele não estava bem, até porque eu conheço o potencial
desse amigo. perguntei se estava tudo bem, e ele me disse: não estou passando
bem, meu coração está disparado. Eu disse na hora: minha corrida acaba aqui
porque vou correr ou andar do seu lado!!! Falo tudo isso justamente porque não
tenho compromisso exclusivo com ninguém e sim com o que eu acho correto, apesar
de saber que não sou o dono da verdade. Se tiver que protestar, assim o farei
sempre.
Amigos,
fica o questionamento: ONDE ESTÁ A ÉTICA? OS VALORES? O RESPEITO AO SER HUMANO?
TUDO ISSO ANDA EM SEGUNDO PLANO?
Sou fã de pessoas que OUVEM independente de achar
que são 'deuses' só porque fez a prova internacionalmente conhecida.
E
podem alguns achar que esse discurso é balela, banal...porque pensam que para
serem bem sucedido em corridas de rua basta chegar na frente, pegar pódio e
ser o melhor. Claro que é ótimo estar entre os três ou cinco melhores de cada
corrida, mas a maior das conquistas é saber que não só você, mas seu amigo que
corre ao seu lado está bem e vai chegar bem também.
Nossa
realidade é outra. Chega de tanta banalização, o indivíduo vem sempre em
primeiro lugar. Nosso esporte é coletivo sim.
Aproveito
a oportunidade desse desabafo para dizer QUE SOU APENAS UM CORREDOR QUE, SE
PRECISAR DE AJUDA VOU PEDIR SEMPRE, PRINCIPALMENTE AOS QUE SABEM MAIS DO QUE
EU, MEUS VERDADEIROS COACH's, que na essência da palavra não significa apenas
"O Treinador" e sim AQUELE QUE ACOMPANHA. Olha no dicionário...
Quando
escrevi este texto pensei em algumas pessoas que são referências para mim:
minha mãe Marlene Duarte, obrigado pela educação que me deste; minha esposa que
sempre me apoia Lucia Marrafa e minhas filhas Maria Eduarda e Ana Caroline;
Diego Costa e Flávio Matias, minhas referências de corrida, de ética e respeito
ao ser humano; Valério Almeida, o Lelo, Fabio Fernandes e Jorge
Ultramaratonista; Flávio Loureiro; MEUS AMIGOS DA PAZ...Ana Goes, Carolina
Camisão, Felipe Júdice, Gustavo Magno, Michel Peres, Jorge Almeida, Marcio
ferreira e Rafael Albão e todos os amigos que faço nessa jornada de corridas de
rua.
Em tempo: Precisamos sim reorganizar
isso...fazer com que o dinheiro, o kit fique em segundo plano... O ser
humano em 1 lugar.
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